sábado, dezembro 20, 2008
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Orgulho&Preconceito
sexta-feira, novembro 28, 2008
Boys Will Be Boys
By the way, Happy Birthday.
terça-feira, novembro 11, 2008
Chiquissimas, muito!
segunda-feira, novembro 03, 2008
Ao João, Claro
Quinta:
O tempo passava cada vez mais devagar, começava a sentir os segundos a passar agora, cada um mais lento que o outro; de dia para dia sentia a respiração mais abafada (já para não falar das repentinas oscilações cardiologistas que sofria ultimamente): era a ansiedade a aumentar. Fitava o meu tecto escuro e não me saía da cabeça o momento em que iríamos estar juntos. Precisava de te ver cada vez mais como quem precisa da água e tinha medo que isso, por si só, não fosse bom de todo. Entretanto, adormeci.
Sexta:
Halloween. Fazia imenso frio lá fora e chovia de quando em vez, mas isso eram coisas que não afectavam o quente da nossa cama: onde eu estava entrelaçado em ti. No filme as pessoas iam morrendo uma a uma e eu pensava em como seria se te perdesse, apoiei a minha cabeça no teu peito e deixei-me envolver pelos teus braços musculados, estava tudo perfeito, sentia amor pela primeira vez, no seu estado mais puro, era bastante diferente de tudo que já havia experimentado, muito intenso e arrebatador e o medo que tinha desaparecia como água a ferver por detrás desses braços tão perfeitos, tão perfeitos: que eu implorava para que o tempo parasse.
Sábado:
Desaprendia o sabor do sexo e começava a aprender o do amor, que é muito mais terno e doce, que preenche muito mais as pessoas. Já não me lembrava do que isso era, a Felicidade que provem do Amor, aliás nunca a conheci desta forma - sempre tive esperança que a encontraria um dia e as minhas pernas concordam quando estão na conversa com as tuas, até os meus lábios que se sentem desidratados sem os teus sabem que a encontrei em ti. Sentia que não me faltava nada, que estava tão feliz que se o mundo desabasse eu não sentiria e não tenho mais medo desse sentimento. O vento soprava gelado lá fora mas cá dentro estava bem quente e aos meus olhos não parecia que iria arrefecer algum dia.
Domingo:
Sinto que podia viver sempre assim, acordar sempre a teu lado e dormir protegido nos teus braços, sinto que é mesmo isso que quero para mim, estou mais feliz que nunca: é como se tivesses o meu manual de instruções e soubesses exactamente o que fazer. Tenho vontade de me ir embora contigo, deixar tudo por ti, mas tudo tem o seu tempo e os teus olhos dão-me a certeza que isso acontecerá um dia, que seremos eu e tu com um para sempre em nós. Estou a voar muito alto e não me preocupo com isso, sinto-me amado, sinto-me protegido, sinto que vais ser sempre uma rede por baixo do meu voo bem sucedido. Sinto a tua falta na minha cama, em mim, sinto-me metade sem ti, incompleto e espero cá dentro que estejas a sentir o mesmo. Falta-me o teu beijo, o teu toque, aquele que quero ter em todos os dias da minha vida porque me são necessários. Sabes uma coisa? Eu amo-te.
domingo, outubro 19, 2008
Um Palhaço Chamado Soraia
Fazia os últimos preparos, verificava as pestanas e o rímel, o pó de arroz em demasia, os pêlos da barba que escapavam sempre à pinça e colocava por fim o batom vermelho que me oferecia uma extra confiança e contrastava com perfeição a tez pálida que o pó me oferecia.
Eu era uma artista, ninguém me podia tirar isso, a minha profissão era ser artista. O meu filho Paulo nunca me aceitou como isso, ao inicio ainda me vinha ver com a Judite:
-Mãe, que vergonha é essa? O meu pai é um artista!
Acabou a achar que eu era um palhaço, cheio de pinturas e cabeleiras que me escondiam a identidade e eu nunca o chamei de filho. Quando ele estava por minha casa, onde apareciam as minhas colegas ou até clientes
-É o filho da minha irmã
Oferecia-lhe 20 escudos para ele se entreter na rua com guloseimas. Hoje sou apenas um palhaço velho a realizar o último espectáculo.
-Estás velha Soraia, já não tens idade para isto
E logo apareceu uma cara nova a quem chamaram de “ a próxima Soraia”, tantos anos dedicado e agora sou apenas substituído.
No dia em que a Judite me apanhou os vestidos e as cabeleiras que me escondiam a calvície: pôs-me as malas à porta
-Porquê Carlos?
Antes era apenas o marido perfeito, as figurinhas do bolo perfeitas, as amigas da Judite todas me cobiçavam
-Porquê Carlos?
Mais tarde tornou-se alcoólica, o Paulo foi levado pela assistente social e entregue a uma família conhecida do outro lado de Lisboa e quando o acabou o dinheiro enrolou-se com o dono do café do Bico da Areia em troca de vinho e com os outros cães todos por dinheiro.
Visitava o Paulo de tempos a tempos, até ao dia em que ele se meteu na heroína – queria voar – ainda pensei vê-lo por vezes entre o público, talvez com a Gabriela, a enfermeira que o ajudava e com quem acabou por se casar
-Aquele não pode ser o teu pai Paulo, é uma artista
Mas eu não sou uma artista, sou um palhaço chamado Soraia que envelheceu. Eu sou o Carlos, sem pestanas nem unhas, sem cabeleiras nem pinturas, eu sou o Carlos que ajuda a Dona Aurorinha do terceiro andar com as compras que ela não pode dos joelhos, sou o Carlos que era cobiçado e teve um amor em tempos, sou o Carlos, o pai do Paulo.
Eu sou o Carlos
-Soraia faz com que o cliente da mesa nove beba champanhe, fá-lo gastar!
A Dona Amélia andava com o cesto por entre todas as mesas a vender chocolates e cigarros, foi ela que nos ensinou a dançar a todas, estava mesmo acabada, era a única verdadeira mulher entre nós, sentiria a sua falta.
A Sissi chegava agora aos bastidores, olhei-me uma ultima vez ao espelho, verifiquei as pulseiras e os colares, estava à altura do meu último espectáculo
-Soraia para o palco!
Ao subir as escadas senti as costas a falhar, com espasmos contínuos, a luz focou em mim e senti os pulmões a abafarem, a tuberculose piorava de dia para dia, julguei ver o Paulo na plateia – talvez com a Gabriela -, julguei ver a Judite ao lado do Alcides, o porteiro e quando a musica começou e os meus lábios mexeram de acordo com a voz da Marilyn Monroe, ali a morrer eu ouvi uma ultima vez
-Porquê Carlos?
sábado, outubro 04, 2008
Never: Dejá Fuck
Em casa, na rua, na casa do vizinho, no café, no táxi, na praia, no monte, na empresa, no carro, na garagem, na banheira, em cima, em baixo: por todo lado. Apenas Sexo. E que feliz que sou. O sócio, o carteiro, o vizinho escultural, o velho milionário, o filho da Teresa, o tesoureiro, o barman do Bed, o DJ, o relações públicas: todos.
Sexo.
Não preciso de nada mais e sei que todas as minhas amigas gostavam de ser como eu pelo menos uma noite. Saborear o Sexo como só eu sei, sem afectos, nem chamadas, nem nomes, nem dejá vu ’s, apenas: Sexo. Entro e arraso, paro a pista de dança para mim e coitados dos ingénuos, depois de uma noite gabam-se aos amigos de terem comido um gaja boa sem perceberem que fui eu que os comi, eu que os escolhi, eu que fiz com que viessem ter comigo.
Sexo.
A Teresa diz-me que não me entende, que lhe assusta a minha capacidade de me assemelhar a um homem chapado, mas eu é que não entendo como é possível amarmos alguém para além de nós? Eu tenho amor por mim, e só partilho esse amor com outra maravilha como eu: o Sexo.
Sexo.
Eu tenho o desejo em mim, respiro prazer, preciso de sexo a toda a hora, todo o santo dia e isso não me acanha. O Sexo move o mundo, as relações; claro que eu sei que a Teresa só está com o idiota do marido porque ele é uma bomba na cama - também só serve para isso - para além de pagar as contas. Aquela mosquinha morta não tem nada a ver com o filho, o puto mais giro que já alguma vez vi. João Gonçalo: com 20 anos deu-me um dos melhores orgasmos de sempre; claro que a Teresa nunca descobriu (nem irá descobrir), não tem capacidade para imaginar isso. O puto ainda me bate á porta de vez em quando – nunca lhe resisto.
Sexo.
Faço questão de os fazer gritar o meu nome noite adentro – bem alto – “DÉBORA”, nunca o esquecem: Débora Montenegro; já eu nunca me recordo dos deles, são apenas mais uma vitória, uma noite bem passada, um troféu para juntar á colecção. Sinceramente acho que nunca descobrirei o amor na minha vida e isso fascina-me: já ninguém precisa dum homem a sujar a casa quando nós mulheres somos bastante independentes, com 40 anos sinto-me muito melhor sucedida que bastantes homens e ainda existe a possibilidade de sermos nós a ter de os sustentar.
Sexo.
Eu tenho o diabo no corpo e isso não acanha…
Por isso,
Sexo.
Bem Haja!
quarta-feira, setembro 10, 2008
Cabra (Não Mais) Garantida
Até posso não ser uma virgem mas não sou a puta que tentas fazer os outros ver, para além de me teres torturado durante quatro (enormes) meses, ainda querias estragar-me o resto da vida, mas estás muito enganado meu querido, tiveste a tua oportunidade de ter tudo que uma pessoa Feliz precisa, agora: ACABOU!
Da (nunca mais) Tua,
Margarida
quinta-feira, agosto 28, 2008
Vodka Martini
Ao sair do elevador verifiquei a minha agenda, eram tudo clientes habituais: a Constança, a Carmo e o André. O André dava-me a volta á cabeça desde o primeiro dia em que me falou. Estava no bar do hotel á espera de um cliente e ele não parava de olhar para mim - foi há cerca de 2 meses – pedi um vodka martini e ele, aproximando-se, ofereceu-se para o pagar. Olhei-o com diversão e esbocei um sorriso atrevido acompanhado pelo leve levantar da minha sobrancelha esquerda. “Gonçalo”, disse-lhe eu (não lhe estendi a mão, normalmente pagam-me para me tocar), “Que faz uma pessoa como tu por aqui?”, optei por não lhe dar confiança, sei bem que estava a alucinar com a minha imagem, “Estou em trabalho…”, “Trabalho? Deves ser modelo com esse aspecto!”, deixou cair o suporte do copo (que fazia publicidade a uma bebida nova qualquer) e mordiscou-me o joelho discretamente ao apanha-lo. Nesta altura estava a olha-lo com desprezo, (apenas por profissionalismo - porque eu adorei aquela dentadinha -) “Sou puta, sou caro, não sou para ti.” Olhava-me com cara de espanto, mas transformou-a num sorriso cínico “Não me digas o que posso e não pagar!”. Chegava a hora de subir ao quarto, tirei a minha caneta do bolso, agarrei-lhe a mão e escrevi-lhe o meu número na palma com força de forma a massacrá-lo (foi uma tentativa de mostrar quem manda) “Vais ter noticias minhas, vou ser aquele cliente por quem te apaixonas…” Mandei um ar superior, ele sabia como me irritar, mas mais ainda, como me dar a volta.
Uns dias depois ligou-me – não conhecia o número, não era nenhum cliente habitual – atendi com a minha voz sensual (que foi estudada com um profissional, quando comecei aos 17) “Que faz uma pessoa como tu ter um emprego desses?”, não lhe havia esquecido a voz, percebi que era ele, “Amanhã, o mesmo hotel, quarto 514, às quatro da tarde”, ignorou por completo o que lhe havia dito e repetiu a mesma pergunta que eu sempre evitei, “Dinheiro, luxo” disse-lhe eu, na verdade não foi só isso, o que mais me encorajou a isto foi a minha primeira desilusão amorosa, tinha 16 anos e acho que sofri demais para a idade que tinha, logo a seguir me tornei modelo e aos 17 comecei os meus primeiros trabalhos como prostituto; claro que o dinheiro me iludiu imenso, mas não foi a principal razão. “Lá estarei” e desligou o telefone sem mais perguntas ou dúvidas. No dia seguinte lá estava ele quando cheguei ao quarto, empurrou-me contra a parede e começou a beijar-me com garra (confesso que fui apanhado de surpresa, nunca se beija um cliente na boca). Nunca mais avançou, percebi que era passivo, agarrei-o, atirei-o para cima da cama e dei-lhe a maior foda da vida dele – confesso que a minha também, mas eu nunca admitiria isso – não era um cliente qualquer, mas eu não podia dar-me ao luxo de me apaixonar, recebi o meu dinheiro e pus-me a andar assim que ele se enfiou no chuveiro.
Liguei o meu Audi A5, preto de vidros escurecidos, e dirigi-me para a casa da Constança que me pagava para me algemar e me dar com o chicote (deve ter tido uma relação descontrolada e quer provar que pode controlar um homem) e de seguida a Carmo que me pagava para a fazer acreditar que a amava (deve ser uma solitária). E por fim o André, já tinha saudades dele, beijava-me sempre e hoje apetecia-lhe ser activo: deu-me um orgasmo fantástico e pediu-me que passasse o resto do dia com ele, a noite e a vida. “Tenho mais clientes á minha espera André, que me vão fornecer a porra de 7.000 euros.”; “Eu dou-te tudo que quiseres, vou fazer-te feliz Gonçalo”, devolvi-lhe os 2.000 euros que a última hora tinha valido e pela primeira vez olhei-o nos olhos “Consigo ver que vais ser mau para o negócio” disse-lhe instantes antes de fechar a porta e me enfiar no elevador, começava agora a perceber que talvez alguém invencível também precisasse de Felicidade.
terça-feira, julho 15, 2008
Boneca Insuflável
(vou reformular)
O amor não resulta. O destino está todo avariado - completamente distorcido e estragado - não está do nosso lado.
Nem sei bem que é isso de destino, nem sei se realmente existe (talvez alguém tenha inventado tal coisa um dia para que pudesse culpar algo pelo que lhe estava a acontecer).
Não podemos acreditar em tal coisa como o destino, não podemos esperar que tudo nos aconteça, temos de fazer por nós, criar o nosso destino.
Mas tal como eu disse antes:
-O amor não resulta
Vejo-me a mim próprio rejeitado pela pessoa que amo e a usar outra como um meio de obter prazer sexual
-Isso não está certo Pedro!
Grita a voz dentro de mim.
De facto sei que não está certo, ao início não aceitei isso, era contra mim, contra tudo que defendo; mas talvez seja tão fraco ao ponto de não resistir, digo sempre que não, aí começa o jogo de sedução e quando dou por mim já estou sem roupa.
Ninguém se sente usado aqui, sente-se feliz por fazer algo por mim, porque é a mim que ama e a sua maior frustração é não conseguir fazer-me feliz: apenas satisfeito (e simplesmente isso já lhe gera felicidade, conseguir dar-me algo)
Mas a voz grita cada vez mais alto
-Isso não está certo Pedro!
E eu ouço. no meu escuro interior eu ouço e pesa-me. Fujo-lhe sempre, escondo-me, evito-a e depois desisto; respondo-lhe apenas
-O destino é que não está certo, senão neste momento eu não usava ninguém, amava e era feliz.
P.s: I Do It For Love
sexta-feira, julho 04, 2008
Push&Wolf
segunda-feira, junho 30, 2008
Todos Diferentes, Todos Iguais
-Sorrisos, gracinhas, carinhos, cuidados-
Eram todos bons rapazes (simples e ingénuos, quem sabe: por vezes modestos) que me subiam pelas pernas acima
Ingénua de mim
-levada por sorrisos, gracinhas, carinhos, cuidados-
que ainda lhes atirava mais cabelo por onde treparem (julgando serem todos bons rapazes).
Acabei posta de lado por todos os bons rapazes que me deixaram
-sem coração, destroçada-
quando lhes revelei que não estava pronta para sofrer tudo para nada (tendo sido um dia levada por um bom rapaz que, após me desflorar, me deixou sem pudor numa tarde a chorar).
Então estes bons rapazes,
-cheios de sorrisos, gracinhas, carinhos, cuidados-
não levam nada de mim (que ainda me lembro da dor de uma flor quebrada e do choro de uma flor abandonada)
Mas caio sempre por estes bons rapazes e sempre caírei
-os sorrisos, gracinhas, carinhos, cuidados me iludem para nada-
pois eu Leonor: sou uma irrevogável apaixonada!
quinta-feira, junho 26, 2008
23 (Anos Depois)
sábado, junho 21, 2008
Tudo O Que Queria Era Que Me Levasses Alto
A Alice arranjou um namorado, eu acho que é uma ocupação e sobre a Alice, quando acho, tenho razão, mas não é bem sobre isso que é este texto. Porquê tudo agora? Vi uma nova oportunidade de ver tudo o que queria realizado, de ficar com a única pessoa que amei até hoje e dar um final feliz a esta história que dura há quase meio ano.
Estou realmente feliz, ando radiante, somos amigos de volta e tivemos a conversa mais sincera que houve até aos dias de hoje sobre o dia em que tudo mudou, em que apareceu "Nada o Resto Importa". Uma porta abriu-se, uma janela e todo o mundo se abriu; o Sol radiou de tal forma que quase derreti até aos pés; o meu coração despertou e bateu de novo dando vida a todas as pontinhas secas do meu corpo. Apenas uma coisa girava à minha volta, nunca hei-de voltar a lutar contra isto, é a minha inspiração, não irei ficar depressivo, este sentimento apenas me traz felicidade e se um dia acabar é isso que vou recordar: este profundo sentimento de alegria.
Abriu-se sim uma porta, "Nem eu sei que gostas de mim, nem tu que gosto de ti!", "Segredo nosso"; um dia disse que tudo que previa não era nada de bom, mas hoje sim, hoje prevejo tudo de bom, tudo que prevejo contribui para a felicidade que cresce dentro de mim. Matei alguns pelo caminho e peço desculpa, sobretudo a Julieta que tanto me apoiou durante este tempo todo. Este tempo em que fui um egoísta.
Vou ter saudades disto, vou mesmo, saudades de me sentar aqui e vos contar uma história, vou ter mesmo saudades. Embora faça isto por mim, se não me lessem eu era nada simplesmente. Por isso leiam, gostem e sintam.
Talvez volte um dia, sim, talvez um dia venha matar as saudades numa tarde calma, talvez volte para contar a história de uma amor feliz...
domingo, junho 01, 2008
Se Tu Não Voltares
Pensei longamente nestas palavras, nestas mesmas palavras com que inicio este discurso para ti. Pensei na forma como te diria tudo da maneira mais suave, tal e qual uma injecção letal, a forma que te proporcionaria menos dor. Pensei na forma de como te diria que tudo não passou do inicio de nada, que todo o romantismo morreu em mim. Fui simplesmente um egoísta, queria mesmo ser feliz desta vez, queria mesmo acreditar que desta vez tinha encontrado a pessoa certa, a pessoa que ia acabar com tudo que me corroía, quis tanto acreditar que eras tu que te arrastei comigo. És simplesmente incansável, sabias sempre a palavra certa a dizer-me, sabias sempre como me arrancar um sorriso, sabias simplesmente consertar-me, mas neste momento, e desculpa ter percebido tarde de mais, eu não tenho conserto. Estou agarrado ao passado, não passo de um fraco, apenas mais um fraco. É demasiado forte, pelo menos mais que eu, mas ainda tremo de cima a baixo quando ouço aquela voz antiga que me matava com tais perfeitos decibéis reproduzidos, ainda me arrasto por uma milésima de segundo em que os nossos olhares se trocam, por conseguir aqueles olhos negros postos em mim, derrete-me.
Fazes-me feliz, preocupas-te comigo e era tudo que eu procurava, tudo que buscava e neste momento eu tinha encontrado tudo em ti, mas voltei a ouvir a mesma voz, lembrei-me da maneira como o meu coração se sincroniza ao ritmo de cada palavra drenada por aqueles lábios que há tanto tempo mantém os meus mortos de sede. É tempo de abandonar tudo, tempo de deixar que o tempo actue como enzimas sobre o meu simples esboço e recorde o passado como a primeira vez que me queimei de amor, apenas isso a primeira vez. Mas não Julieta, eu não vou deixar que isto parta, não consigo, não tenho voto na matéria, não tenho poder e se me perguntares, se me interrogares, eu não quero que o vento leve tudo de mim, não quero recordar isto como a primeira vez, mas como aquela vez. Não quero perder toda a minha inspiração, não quero perder isto tudo a que me sujeito diariamente.
A decadência que percorria aqueles olhos negros partiu, esvaiu-se, finalmente vi aquela pessoa por quem me apaixonei um dia e não uma camada imensa de egoísmo que se arrastava por aí como um parasita, que se aproveita dos outros. Voltei a ver a tonalidade de negro que me deliciava e não o negro embaciado que havia nestes meses. E voltei a ver aquele sorriso. Nunca vi igual. Nunca um simples alinhamento de dentes me cortara a respiração como aquele sorriso. É um sorriso em extinção, já ninguém sorri de maneira tão convicta e profunda, ninguém sorri assim…
Quero que sejas feliz, quero mesmo. Gostava de te fazer feliz como me fazes, gostava de te fazer sentir que nada que me disseste foi em vão, que me ajudaste bastante, que me ajudaste a fortalecer o meu telhado, que tornas-te as minhas lágrimas mais duras e pesadas, mais difíceis de sair. Gostava de te fazer sentir que és especial, ainda que ao leres estas palavras sintas revolta, ainda que provavelmente eu torne as tuas lágrimas mais leves do que nunca. Prometi que um dia te escreveria algo, algo destinado apenas a ti, mas percebo que não fosse isto o que esperavas ler, entendo que esperavas que tudo que escrevesse fosse para te unir mais a mim, para fortalecer mais ainda o laço que me ata a ti. Mas escrevi isto apenas, escrevi para que percebas o que se passa, para que percebas o que sinto, ainda que me pareça difícil, ainda que te pareça difícil. És capaz de não me perdoar depois desta, mas se não voltares não haverá esperança. Se não voltares tudo que me disseste foi em vão, todos os sorrisos que me roubaste foram em vão, todos os momentos em que me senti consertado não valeram de nada, porque se não voltares a falar comigo não haverá vida, não sei o que farei.
As mesmas lágrimas que avolumaste correm agora como lâminas sobre a minha face, desculpa eu ter sido egoísta, desculpa eu não ter nada de especial, ser apenas mais um fraco que não resiste à força do passado, desculpa esta carta não ser uma injecção letal mas uma forma de te matar mais lentamente.
João Paulo.
quarta-feira, maio 21, 2008
Talvez Sejas Tu A Salvar-me
Não quero crescer, não quero ser adulto e sujeitar-me às responsabilidades várias a que a vida nos obriga, não quero mudar mais, estou tão bem assim. Quero que o tempo pare e que tudo se mantenha, mas juro que por agora dava jeito que ele andasse mais rápido. É desta controvérsia que tenho, de querer parar o tempo e de no mesmo momento desejar que ele passe mais rápido.
Só tenho medo do tempo. O ponteiro dá um saltinho, faltam cerca de trinta minutos. Trinta eternos e intermináveis minutos, cheios de nada, cheios de controvérsia enquanto rebolo em mim. Quero gritar, quero desvanecer na sombra da noite, ser levado pelos meus atormentos, quero ser levado com o tempo, tal como sou, não crescido, não mudado, tal como sou. Quero ser escravo, submisso de alguém, quero que me ordenem, quero que me façam acreditar na autoridade renegada. Quero ser livre, fazer tudo o que quero, eu quero gritar... Eu quero acreditar que desta vez tenho a certeza, quero fazer de mim Romeu e encontrar o que procuro, quero ter a certeza que encontrei os meus enlevos sem pensar nos violentos fins últimos. Romeu morre, Julieta morre, quem me convence que eles apenas não tiveram tempo de se fartar um do outro? Quem? Ninguém... Mas também não preciso, eu acredito. Acredito no medo e no amor eterno de Romeu e Julieta.
Dez últimos míseros minutos, continuo a rebolar, continuo com medo, quem me culpa por escolher o caminho mais fácil? Quem me culpa por negar amor verdadeiro por amor fácil? Quem me culpa por fazer o melhor para mim? Que importa que ame alguém se escolhi ficar com alguém que me estima? Nada importa mais, ninguém me culpa. Vou fugir, vou desvanecer na noite...
Acabou o tempo. O meu telemóvel dá sinais de vida. É a Julieta... Esperei uma noite inteira pela primeira mensagem do dia da Julieta , são oito da manhã. O tempo não passava, mas passou... O tempo passa, vou crescer, mudar, quer eu queira, quer não.
P.s.: Wonderwall - Ryan Adams
quinta-feira, maio 15, 2008
Centro das Atenções
"A sério?" Olhava-me com uma cara surpreendida mas bastante alegre, "Até que enfim!", até que enfim?, eu não queria aquilo, queria que a minha velha história de repente virasse Bela Adormecida e eu fosse acordado por aqueles olhos negros em mim, era mesmo isso que eu queria, que a Alice dissesse "Até que enfim" por eu finalmente ter ficado junto de quem sempre quis, mas eu sei, acabou. É isso que tenho de perceber, que acabou, de vez.
"Não tenho bem a certeza do que estou a sentir, é uma pessoa que se preocupa e importa, acho que é isso de que estou á procura." Sim, quero que se preocupem comigo realmente, talvez por ter sido bastante ignorado antes, quero mesmo que se importem onde estou e o que estou a fazer a toda a hora, se estou feliz, triste ou entalado, que façam tudo para me ver bem. Tenho parâmetros bastante altos, mas juro que antes não era assim, fiquei bastante exigente e desidratado e por isso preciso que me façam isso, que me hidratem.
"O que importa é que é alguém novo João! E quem é?", aquela pergunta não, aquela pergunta não. Não queria responder, não estava pronto para lhe oferecer aquela resposta, não para já. "Alguém, não conheces! Debatemos isso mais tarde, sim?", o meu tom era bastante atrapalhado, nunca conseguia enganar a Alice, era impossivel. "Já percebi, quando quiseres dizes-me, não precisas de tentar escapar!"
É por isto que gosto tanto dela, é como o papel, nunca exige e está sempre lá, era dela que precisava ao meu lado para enfrentar o que vinha aí, é ela que eu preciso para desabafar de todos os "loopings" da minha vida. "Tenho medo Alice...", "Medo de quê?", "Medo de me apaixonar!".
P.s.: Center Of Attention - Jackson Waters
terça-feira, abril 08, 2008
7 Dias, 7 Semanas
"Como estás?", realmente eu não sabia como responder áquela pergunta, os últimos dias tinham sido bastante atribulados e intensos mas agora eu estava bem, devia responder simplesmente isso? "Bem"? A Alice esperava impaciente do outro lado do telefone enquanto eu fazia cálculos mentais para encontrar uma resposta que definisse o meu estado de momento. A Alice sabia mais agora do que ninguém, acho que revelei tudo, acho que mais exposto eu não podia estar e mesmo assim eu não sentia isso, não me sentia exposto. Nada havia a fazer, não podia dizer que me enganei, que estava confuso ou até voltar atrás no que disse, restava fugir para um lugar bem longe, para me afastar dessa sensação, a exposição, mas não. Não me sentia exposto.
"João Paulo?", o limite de paciência tinha sido atingido e a Alice persistia em ouvir uma resposta da minha parte. Percebi que embora não soubesse tinha de lhe oferecer uma resposta. "Não sei Alice.", percebi que mais uma vez não podia ter sido mais sincero, mas era uma óptima questão essa, "como estás?", naquele dia não era um bom dia para respostas, tal como o dia em que desisti de viver, esse não era um bom dia para respostas, esse era mais um dia que "Como estás?" soava a desconhecido, era um dia em que não sabia o que fazia, apenas continuava a deslizar a lâmina sobre a minha pele e observava como se eu de um estranho me tratasse. Ainda hoje não sei porque o fiz, já lá vão dois pares de meses e desde aí acho que sou uma pessoa bastante renovada, não mudada, renovada.
"Que tens?", a Alice continuava a insistir numa conversa, não tinha nada, era isso mesmo, estava vazio, não tinha nada e pela primeira vez tive medo do que vinha a seguir. Tive medo que se cansassem de mim, que se esquecessem que eu existo e me deixassem cair no ridiculo do esquecimento. Que gostassem tanto de mim e tornassem isso uma simples rotina, tentando um dia variar e deixarem de me dizer "Como estás?"
"Estou cansado Alice!" Menti-lhe, não estava cansado, estava vazio e isso torna-nos pesados, torna as respostas difíceis de sair, pois não existem, o vazio não deixa nada a dizer, não deixa todas as palavras presas na garganta gritando por sair, tal como quando guardamos um segredo. "Cansado?", eu ouvi o tom, a Alice sabia que eu não estava cansado, ela conhecia-me melhor que algum outro e talvez visse naquele momento que não havia resposta, que não havia nada.
"Estarei sempre aqui Alice, a uma chamada de distância...", e nesse momento desliguei o telefone sem deixar mais alguma pergunta me atacar, aquele não era um bom dia para respostas.
P.s.: 7 Days, 7 Weeks - dEUS
sábado, março 22, 2008
Lágrimas Secam Por Si
sexta-feira, março 07, 2008
Pelos Céus Azuis
Perdemo-nos no caminho para a cidade, não porque não o sabiamos, pois isso estamos fartos de saber, mas porque nos desviamos da estrada, rebolamos colina abaixo, batemos com as costas na relva e demos conosco ali deitados a olhar as nuvens. "Olha uma ovelha a ficar sem cabeça", "um pássaro sem asas", ficamos ali apenas, a analisar as nuvens e tudo pareceu perfeito. Naquele dia estava a viver o momento, ontem estava tudo perfeito pela simplicidade de estar ali com a Alice simplesmente a dar lárgas à mente enquanto observavamos as nuvens.
Não sei se era isto que merecia, o perdão da Alice, sentir-me feliz, largar a tortura, mas olhar as nuvens ontem foi melhor do que cada momento em que vi o amor a correr para mim, soube tão bem que era capaz de viver daquilo, da paz de analisar formas pouco consistentes no azul do céu. Não sei se era isto que merecia, mas sinto-me feliz.
Estou sentado na cama e observo a Alice a dormir ao meu lado ainda morta de sono, devem ser nove da manhã, mas não conseguia dormir mais. Ontem começou a escurecer e quando demos por nós já não se viam nuvens nenhumas, apenas haviam estrelas, as mesmas de sempre, as estrelas que observava quando me sentava no parapeito da minha janela e ficava ali a pensar no vão das coisas que fazia ultimamente, sozinho, quando toda a cidade já dormia, quando via um pirilampo ou outro a passar ao longe e invejava a sua liberdade. Mas ontem eu não estava sozinho, ontem não havia sinal de pirilampos e a Alice estava ali com a sua cabeça sobre o meu peito. Achei por bem levantarmo-nos e pormo-nos a andar, os meus pais deviam estar preocupados tal como os dela, mas como não queria separar-me dela, pedi-lhe que viesse comigo e que passassemos a noite juntos, apenas nós. Jogamos Trivial e ficamos debaixo dos lençóis aconchegados um no outro enquanto falavamos do último mês, fico feliz por ela não ter desistido nunca de mim, apesar de talvez ser isso o que eu merecia.
Neste momento a Alice acordou e saudou-me com um "Bom Dia" melodioso, já não me lembrava das saudades que dela tinha.
segunda-feira, março 03, 2008
Talvez Amanhã
sábado, fevereiro 09, 2008
11:33 (e o Mundo Acaba)
À Frente De...
Apanhaste-me, fui traído pelo meu corpo no momento em que falamos, percebeste que não me apetecia sorrir, percebeste que me apeteceu fugir e acho que é por ter imenso por te dizer, imenso que anceio por te contar e levar-te a fugir comigo. Desta vez é diferente, desta vez não posso simplesmente dizer o que sinto, é mais complicado e lá no fundo acho que tu sabes o que sinto, acho que lá no fundo sabes o que se passa e sendo assim acho-te ainda mais distante dos outros, ainda mais centrado no teu pequeno mundo. Acho-te uma pessoa com alguns problemas, de facto até tenho certeza, e sei que eles vão aumentando, basta observar a tua reacção ao mundo de dia para dia, hoje simplesmente fechas os olhos ao mundo e continuas a andar e juro que isso magoou. Não estou magoado com o amor, mas com a mágoa que me crias, estou magoado contigo. Estás degradante, ficas cada vez mais sem vida segundo a segundo, não és tu. Se e a minha intenção não fosse arrancar-te de mim, juro que te ajudava, juro que me juntava a ti à procura daquilo que eras, da pessoa que costumavas ser e não esse ser morto em que te tornaste.
Levanto a cabeça, abro os olhos e devido á pressão que as minhas mãos exerceram sobre estes, estou cego. Com as mãos prcuro a garrafa e abro-a, encosto os meus lábios ao gargalo e começo a engolir. É água, ultimamente ando muito seco, a minha visão voltou e fico sem reacção, fico sem capacidade de viver quando me deparo contigo ali. Nem tenho a certeza se és mesmo tu, não tenho a certeza se é apenas uma projecção do meu consciente, a projecção daquilo que mais desejo, mas continuas a ser tu. Continuo a beber, como se nem te tivesse visto, apesar de te estar a olhar nos olhos e naquele momento decidi entalar-me e morrer. Estava mesmo feliz por estares ali, mas tinha medo do que aconteceria a seguir, tinha medo de enlouquecer de vez, apesar de na minha cabeça uma voz gritar que eu estava louco por te ver ali a estender as mãos em direcção a mim. Queria mesmo acreditar que daquela vez era a sério, mas és completamente impercéptivel, por isso naquele momento decidi entalar-me e morrer.
sábado, janeiro 26, 2008
Eu Escrevo Pecados, Não Tragédias
Ainda não cheguei ao meu limite elástico, nem quero, é bem esclarecedor, "deformação permanente" não há volta a dar. Não quero voltar a falar contigo e se pudesse, nunca mais te punha a vista em cima, tu fazes-me mal e eu tenho que pôr tudo preto no branco, não posso deixar que continues a testar o meu limite elástico. Deixei de ser romântico no que escrevo, passei a ser revoltado e agressivo e nem isso mereces, porque não passas de uma pessoa egoísta completamente centrada em si mesma e isso defenitivamente me revolta.
Esperava que este fosse o meu último texto para ti, mas sei que não vai ser, sei que interiorizar para mim que acabaste na minha vida não me vai levar a lado nenhum, não te vai levar de mim... De tantas pessoas que se importam comigo, que realmente não gostam de me ver magoado eu tinha de te escolher a ti, tinha de escolher a única pessoa que não dá um miligrama de importância se estou a morrer ou se estou melhor que nunca, pois bem não estou, e ainda que a culpa não seja completamente tua, se estivesses do meu lado acho que estava melhor, acho que deixava de ser um negativista, como me chamaram e passava a ser feliz.
Eu não estou doente, não preciso de um médico e muito menos preciso que me digam o que comer, preciso que me deixem viver e preciso de ti a meu lado, duas simples coisas. Não tenhas medo, não continues a fugir do que queres, não te armes em arrogante e egoísta e agarra-me agora ou perde-me para sempre.
Sei qual será a tua escolha, por isso eu gostava de ser como os materiais de comportamento frágil, queria quebrar já antes de ficar deformado permanente, antes de passar ao domínio plástico, ao qual eu prefiro chamar, viver em tua função.
domingo, janeiro 06, 2008
Sombra do Dia
Não podes, não te deixo e nem quero. Não podes ir dormir porque não te deixo partir e nem te quero longe de mim. Que importa que digas que a escola não te satisfaz, que o estudo não te satisfaz e até que o mundo não te satisfaz se eu sei que és tu q não te satisfazes? Não, talvez importe e eu esteja errado, talvez a mentira importe, talvez fingir seja o importante para ti, pois nunca ouviste falar em sacrifio de certeza.
O meu mundo está perdido, eu próprio estou perdido não por ti mas em ti, sabes quando tudo desaba e te agarras apenas a uma coisa só? Pois, o meu erro foi agarrar-me a ti, foi pensar pensar que desde aquele dia te tinha agarrado, que me ias desejar como eu te desejo a ti e sei que lá no fundo, escondido e acorrentado, tu me desejas, tu queres que não te abandone. Mas eu hei-de abandonar-te, hei-de desistir de ti, porque estou cansado e farto, e nesse dia, no dia em que perceberes que me perdeste de vez vais chorar, sei que vais culpar-te e acima de tudo espero que te arrependas.
A chuva não vai parar de me contaminar, o frio não vai parar de me agarrar as mãos e nem as minhas lágrimas me vão deixar de consolar, mas continuo sem me importar, a chuva esconde o meu choro e o frio vai dissolvendo a minha culpa lentamente, tal como eu vou planeando a minha doce fuga. Sim, chamo-lhe doce e uso aqui o unico sim das minhas palavras, do meu vocábulario, pois estou a aprender contigo a negar, a dizer não ao mundo, a dizer não...
És monotorizado por mim, não consigo evitar de te vigiar e observar e talvez lhe chames perseguição, mas eu chamo-lhe amor, observo-te de longe claro, raramente reparas em mim, tal como nesta semana ainda nem uma palavra te dirigi, não perante ti, pois ensaio imensas vezes o que te diria se conseguisse, o que te faria se todas as minhas censuras se desvanecessem e assim eu vou monotorizando-te sempre que posso, por isso não te deixo ir dormir, simplesmente não mo peças.
sexta-feira, janeiro 04, 2008
Sentimentos d'Ontem (Parte II)
Esta noite sonhei contigo e lembrei porque gosto tanto de ti. Estavas mesmo ali, ao meu alcance, a um palmo de distância e eu pude agarrar-te, pude envolver-te nos meus braços, tocar-te e sentir-te de cima a baixo. Parecia real parecia que estavas mesmo ali e não me lembro de me ter sentido tão feliz alguma vez. Quando acordei lembrei apenas a tua arrogância, lembrei apenas a tua maneira de ser, complexa e problemática, mas finalmente lembrei que não posso simplesmente negar-te como me fazes, não posso simplesmente evitar-te. E amanhã é um dia muito importante, o dia em que te vou ver, não queria voltar á escola para não te ver, mas este sonho mudou-me, quero voltar, quero ver-te, ainda que talvez nem te acene.
Sentimentos d'Ontem (Parte I)
Hoje vi-te ao longe, passas-te com a mesma arrogância de sempre. Achei-te mais uma pessoa ridicula, patética como sempre, mas hoje tinhas algo de diferente. Não te olhei nos olhos, não me aproximei demasiado, não porque estava a fugir-te ou porque não tinha coragem para me deparar perante ti, não o fiz, pois não tenho paciência para ti, não tenho vontade para continuar a fingir. Não vou andar mais atrás de ti, não vou voltar a procurar-te, porque sei que é o melhor, não és nenhuma estrela e a distância é a mesma por isso se tiveres algo para me dizer, encontra-me.
Peço desculpa por não ser suficientemente bom para ti, mas não tenho culpa de teres medo de quem és, não tenho culpa de não ser o único a fugir de ti, de tu simplesmente também fugires de ti.
Hoje depois de tanto tempo em que o teu egoismo não me respondeu, vi-te e achei-te diferente, bastou olhar-te de sete passos de distância para perceber que estavas diferente. Não estavas feliz!
(You Were Crying)
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Não Choro Pela Dor
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Apesar de tudo, gostei da transição. É um ano novo, e quer eu queira quer não, uma vida nova mesmo. Percebi que quando achamos que está tudo defenido, que está tudo demasiado concreto, vem algo e arrasa todas as nossas expectativas. Percebi que este ano vou compensar o que fiz de mal e bem no ano passado, que a vida é um ciclo e que as coisas não encerram como o ano. Conheci gente nova, pessoas que talvez tenham um papel importante neste novo ano, pessoas com que sentes a empatia de primeiro contacto e adorei isso, pois consegui-me divertir imenso nesta noite e faz hoje dez dias que não te vejo. Senti-me completo porque não precisei da tua extravagância para me divertir, para me sentir feliz numa noite. Talvez sejas uma das coisas más de 2007, talvez te tornes numa coisa boa de 2008, mas como já te disse não vou criar expectativas, vou-me agarrar ás pessoas novas, vou fugir de ti, vou tentar matar-te e exorcizar-te da minha vida...
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Apesar de tudo, gostei da transição. É um ano novo, e quer eu queira quer não, uma vida nova mesmo. Percebi que não o faço por estar zangado, por me dar prazer, ou até mesmo por gostar de observar o que acontece. Percebi que o faço porque me sinto culpado. Não vou procurar ajuda porque sou orgulhoso demais, mas sei que com quem posso contar e acho que isso é o que está mais defenido no inicio deste novo ano. Percebi que eu sou o culpado de tudo!