sábado, maio 29, 2010

Grace .


Jeff, everybody here wants you .
Quero dizer-te que - há 14 anos atrás - ainda era cedo demais .

terça-feira, maio 25, 2010

Memórias Futuristas #17


Comecei a sentir uma onda de pânico dentro de mim e fiquei estático - assim que consegui peguei no meu telemóvel atrás das costas e enviei a mensagem que tinha guardado nos Rascunhos com a morada ao Rogério para que ele me pudesse vir buscar o mais rápido possível. Assim que o João reparou tirou-me o telemóvel da mão com facilidade (que a minha força começava a ficar escassa) e nem tenho a certeza que consegui fazer a mensagem chegar
-Vou embora João. Acabamos isto noutro dia...
-Não me parece que vás a lado algum Ricardo!
Quando disse isto atirou-se para cima de mim e começou a apalpar-me as pernas e a beijar-me o pescoço - tentava ao máximo soltar-me dele, mas não conseguia
-Porque me estás a fazer isto?
-Assim que encontrei o teu blog por um acaso soube que te queria para mim e tens de ser meu, entendes?
-Que estás a querer dizer?
-Nunca houve editora nenhuma Ricardo. Através do teu blog descobri que tinhas escrito um livro e daí a arranjar o teu número ou morada foi muito fácil.
-Tu és louco. Larga-me!
-Eu tentei ser um sedutor, tentei trazer-te a bem, mas tu não me deixavas.
-Então decidiste drogar-me?
-É para o teu bem!
Com alguma da força que me restava dei-lhe uma joelhada bem no meio das pernas que o fez ganir e cair para o lado; comecei lentamente e com alguma dificuldade a dirigir-me para a porta - mas estava trancada e não havia chave.
Ele estava a levantar-se e a vir em direcção a mim com alguma fúria aparente e eu que não podia das pernas fui de gatas (perdendo a força nos braços por vezes) para a casa-de-banho.
Não consegui chegar a tempo e ele agarrou-me o cabelo puxando-me para ele e fazendo-me gritar de dor, agarrou-me a t-shirt e rasgou-a sem hesitar e eu assim que pude dei-lhe uma dentada na mão que quase lhe arrancava um dedo fora. Aproveitei a distracção e tranquei-me na casa-de-banho com sucesso desta vez.
Ele gritava do outro lado, queria que eu abrisse a porta e eu estava a ouvi-lo cada vez mais longe - os meus sentidos perdiam agora afinação. Não tinha telemóvel, não tinha o Rogério, não tinha ninguém e quando o desespero me preencheu não consegui evitar as lágrimas de Medo.
Perdi o controlo sobre mim e deixei-me cair sem forças no chão de azulejo.

in Lisboa - Memórias Futuristas

terça-feira, maio 18, 2010

Memórias Futuristas #16


O público estava ao rubro - não era como nas outras noites apagado: era barulhento, activo e participativo e alguns da primeira fila até sabiam algumas das letras de cor. No final ele era uma pessoa mais feliz (mais realizado) - havia uma mulher loira que o esperava com um cartão de visita
-Contacta-me
Leu o cartão. Era uma editora que estava interessada neles (faltou pouco para saltar de alegria, mas por responsabilidade não o fez). Enquanto o Diogo se tornava iludido com tudo que estava para vir, eu estava no outro lado da cidade a tentar fazer-me entender ao João (que talvez tenha interpretado mal as minhas intenções)
-Eu sei que me desejas, mas não queres desiludir o teu namoradito
-Não João, eu não quero nada contigo a não ser uma coisa estritamente profissional. Começo a ficar cansado que não entendas, porque se assim for pego no meu livro e levo-o a outras freguesias.
-Pronto, pronto. Não quero que percas a oportunidade. Aceitas uma Margarita?
Lá aceitei. Os morangos e o champanhe estavam a ser digeridos já e uma Margarita não me ia embebedar - bebo uma, assino o contrato e ponho-me a andar.
Lá veio ele com a bebida e com a pilha de nervos que estava mandei-a quase toda duma assentada - mas não era desta que ele trazia o contrato: estivemos à conversa. Falamos sobre a capa, falamos do sucesso, falamos de dinheiro e da responsabilidade do acontecimento - se houver sucesso com o primeiro há prazos para entregar o segundo.
Comecei a relatar com a conversa, mas comecei a sentir o relaxamento exagerado, comecei a sentir as pernas leves e a cara dormente, o chão fugia ás voltas e a cabeça pesava-me
-Estás bem Ricardo?
Não, eu não estava nada bem
-Que me fizeste?
-Pensei que uma pessoa como tu sabia que não se deveria aceitar uma bebida que não se viu ser preparada
E dito isto riu-se vitorioso olhando para mim como um predador olha a sua presa.

terça-feira, maio 11, 2010

Memórias Futuristas #15


Havia uma grande ansiedade dentro de mim para que a noite chegasse e era normal - estava a cerca de umas horas de realizar um sonho antigo meu (que até já estava empoeirado dentro de uma gaveta) e nada me podia manter calmo e quieto agora.

Para contrariar o que vocês estavam à espera: eu não menti ao rogério nem tentei esconder aquilo que ia fazer esta noite; foi dificil explicar-lhe porque tinha de ir sozinho, mas ele está realmente a tentar manter esta sua nova versão de mais tolerante em relação ao João e lá acabou por aceitar que eu fosse por mim próprio fazer isto.

Para além de uma grande ansiedade eu continuava com uma grande dúvida em mim: quem foi o meu querido amigo ou amiga que teve a magnífica ideia de ligar à editora? Quero que essa pessoa saiba que eu estou mesmo muito agradecido e que o venero muito, porque no fundo sem esta ajudinha eu nunca teria conseguido.

A Ana Luísa tentou ficar contente por mim, (mas nada a alegra muito nos últimos dias); já a Raquel anda radiante com a ideia e faz questão de contar a toda a gente que finalmente o meu livro vai sair para o mercado.

O João enviou-me uma mensagem com a morada da casa dele e eu guardei nos rascunhos para mais tarde usar. Jantamos em casa e hoje o Diogo sentou-se à mesa connosco, arranjou um concerto num bar do Bairro Alto e tem cada vez mais aderência por parte do pública ás músicas da banda dele - ao que parece toda a gente aqui por casa está Feliz excepto a Ana: temos de ver se fazemos alguma coisa para ver se a animamos.

No final do jantar apanhei um táxi e dei-lhe a morada para onde tinha de me levar e assim que chegamos entendi que aquele se tratava de um condomínio especial...

Toquei à campainha e logo apareceu o João para me atender - somo se estivesse mesmo à minha espera - subimos no elevador com uma conversa casual até chegarmos ao 3ºAC e deixei-o abrir a porta: era uma casa linda e decorada com o melhor gosto; dirigimo-nos à sala e ali sobre a mesa havia umas espetadas de morangos com chocolate e um garrafa de champanhe acompanhada de dois copos: eu não queria acreditar.

-Temos de festejar o novo best-seller nacional, não é?

Engoli em seco. Talvez ele não teivess entendido tão bem assim o telefonema de ontem.


in Lisboa - Memórias Futuristas



terça-feira, maio 04, 2010

Memórias Futuristas #14


Tal como o prometido é devido hoje vou ligar ao João e explicar-lhe que a nossa relação é estritamente profissional. Tenho andado cansado com tudo às voltas na minha cabeça mais o trabalho cada vez mais exigente na escola - fui destacado como uma aposta promissora e não quero desiludir.
A Raquel está com altas notas, ando muito orgulhoso dela e pelos vistos ela realmente conheceu um rapaz (o problema é que o miúdo é do Porto - e isso deixou-a um pouco em baixo).
A Ana está desolada: apanhou umas mensagens do homem das bolas com uma fã bastante intimas e a coisa deu para o torto. O filho da mãe deu-lhe cabo das estribeiras do coração e ela andou aí uns dias a suspirar pelos cantos. Para além de estar desiludida com o curso aconteceu-lhe esta - então agora fazemos os três reuniões de balde de gelado enquanto assistimos à oitava temporada de One Tree Hill.
O Diogo com aquelas coisas dele não o tenho visto - ele agora canta e toca guitarra numa banda - nunca vos cheguei dizer que ele tem uma voz muito sexy!
Bem, não posso adiar mais isto. Marquei o número
-Estou? - atendeu com uma voz alegre
-Sou eu João...
-Sim, eu percebi. Passa-se alguma coisa?
-Bem eu estou meio envergonhado...
-Tem a ver com aquela mensagem?
-Sim, tem! Eu queria dizer-te que...
-Diz lá! - ele estava entusiasmado
-Não quero que continues com ilusões! Eu gosto muito de ti como pessoa, mas só podemos ser amigos no máximo!
-Hmm
-Não leves a mal!
-Não, claro que não... Tenho uma novidade!
-Que foi?
-Acabei de ler o livro, vamos para a frente com isto!
-Sério? - estava tão feliz...
-Bem, sim! Quero que venhas amanhã a minha casa à noite assinar o contrato.
-Sim, eu vou até aí...
-Tens é de vir sozinho, sinto-te nervoso com o teu namoradito ao lado e é para analisares bem tudo.
-Hmm, pronto. Está bem. Então amanhã lá estarei, combinamos melhor durante a tarde.
-Perfeito! Mal posso esperar...

in Lisboa - Memórias Futuristas

segunda-feira, maio 03, 2010

Top3


Hey there miúdas,
esta semana prolongada deveu-se a acidentes de percalço mas está tudo em ordem.
Esta semana duas de vocês portaram-se muito mal e duas muito bem e merecem ser discriminadas sendo assim:
Ana Paula
Vera Lúcia
estiveram em alta, enquanto que a
Maria
Vera
not so much.
Quero desde já dizer que todos os filmes mencionados nas provas eu já tinha visto
à Ana Paula digo que este é um filme de que gosto muito
à Vera Lúcia digo que este borracho do filme entra na em One Tree Hill a partir da sétima temporada.
Agora vamos ao que importa - das duas meninas mal comportadas, quem terá de nos abandonar é a Maria esta semana e sabe muito bem porquê!
Obrigado pela tua participação até agora...
Para esta semana as meninas terão de tirar uma foto original em que algum pormenor se nota que é desta semana - puxem pela cabeça.
Aqui vos deixo a prova vencedora
"Big Fish

Acreditas que o teu futuro está cartografado? Ou tudo isso não passa de um mito que preocupa a tua imaginação? A tua lucidez começa quando acaba o sonho? Não fará o sonho parte das nossas memórias? O que é real? O que é fictício?

A vida é tanto mais bela quanto mais forte for o sentido das palavras que dela ficam. Um corpo será sempre um corpo, o que torna o homem grandioso é a sua capacidade de respirar para além desse corpo, de trepidar corações com a alma, de fazer chorar os olhos daqueles que nunca sentiram o que é a liberdade de voar na ilusão e sentir o perfume do sonho.

A demasiada expectativa sobre uma pessoa, e toda a sede de descoberta que a ela subjaz, é um veneno tão forte que nem precisarás de o provar para ele te matar. Será o mistério uma coisa má? O que é o mal?

Se a vida fosse apenas o que existe, o mundo seria um transparente local de dor onde vagueariam os corpos em busca da melhor sepultura. Então surge a questão: O que é que existe?

Deixa esse teu pedaço de carne sangrento cair numa outra dimensão; entranhar-se no mundo do faz-de-conta; pertencer ao outro lado da vida; ser o que julgas impossível.

Quanto te perderes nesta aventura tão grande como a vida, poderás então encontrar-me.

Ana Paula"

Obrigado,

A Gerência.