segunda-feira, outubro 25, 2010

o Aquário...

...já está a rolar sob os dedos de Ricardo Branco. Acho que veio para ficar: temos segundo livro a ser escrito;

" Eram dezanove horas e sete minutos quando me deparei com o acontecimento que mudaria tudo – talvez achem esta informação desnecessária, mas provavelmente irão entender o porquê da sua relevância mais tarde; quando digo que mudaria tudo, espero fazer-me entender: não falo de algo que mudou o mundo ou de algo que acontecesse à escala global – não, de todo – quando digo que mudaria tudo refiro-me ao importante para esta história, refiro-me simplesmente ao que vos tenho para mostrar e às dezanove horas e sete minutos várias vidas estavam prestes a ser mudadas, permanentemente…"

in o Aquário, por Ricardo Branco

terça-feira, outubro 19, 2010

Memórias Futuristas #2.03

Havia algo que não batia certo. Eu era a presa de novo, mas desta vez eu estava consciente e o meu predador que devia já ter sido abatido insistia em atacar mesmo assim. O meu medo era o reflexo do passado e assim que tomei consciência disso ergui-me perante o João e fiz-lhe frente
-Que estás aqui a fazer?
As palavras nem me tremeram, eu era um homem perante outro igual e desta vez ele não ia conseguir amedrontar-me
-Vim apenas felicitar-te! Quer dizer, queria também pedir-te desculpa por tudo aquilo que fiz: eu estava doente, não tinha consciência daquilo que te estava a fazer... No dia a seguir àquela noite fui internado numa clínica; fui libertado na semana passada. Peço realmente que me perdoes.
Eu estava parvo com tudo aquilo que estava a ouvir - afinal o que tinha acontecido naquela noite depois de eu ficar inconsciente?
-Sabes Ricardo, estava com medo de vir aqui, mas não podia viver bem comigo sem te pedir perdão pelo que fiz. Prometo que nunca mais me voltarás a ver...
Assim que ele disse isto, depois de uma batida na porta o Gerard entrou de braços abertos e deparou-se comigo semi-nu e com aquele desconhecido.
-Quem é este senhor Ricardo?
Perguntou atónito e com o seu sotaque inglês carregado
-Não sei. Nunca o vi na vida Gerard; entrou por aqui adentro... Até me assustei: chama a segurança!
-Não é preciso, eu vou-me embora sozinho. Desculpa Ricardo!
João olhou o chão e saiu com cara de cão abandonado dali para fora deixando a porta aberta atrás de si!
-Há cada coisa!!!
Disse Gerard e abraçou-me de beijos deixando-me todo mimado - e sem que eu reparasse estava ali o Rogério com um ramo de flores a observar-nos. Deixou o ramo cair no chão e foi-se embora esmagado pela visão que acabara de ter.
-Vejo que fazes furor com os homens do público. Tenho de me pôr a pau, já é o segundo este!
E eu quis dizer-lhe que não, que aquele iria ser sempre o primeiro...

in Porto - Memórias Futuristas

domingo, outubro 17, 2010

Querido Anónimo (e outros),

o meu livro ainda não foi lançado. Poderão compra-lo durante o lançamento - que eu referirei aqui onde será, quando e a que horas - ou depois disso. Ele vai estar disponível em livrarias como fnac ou bertrand, mas preferia que procurassem compra-lo directamente a mim: pois terei uma quantidade minha que terei de vender. Obrigado :)

quarta-feira, outubro 13, 2010

Memórias Futuristas #2.02

Volto ao palco com o resto da malta pelos aplausos. A plateia aplaude de pé e percebo que tudo correu pelo melhor... Custou-me arrancar no princípio, mas assim que comecei segui o meu percurso de acordo com o planeado. E pela primeira vez conseguir chorar em cena como jurei não vir a conseguir, mas se chorei não foi por não crêr mais na humanidade, mas por todo o meu passado ter vindo ao de cima e eu me relembrar como é estar apaixonado: o Rogério não tinha o direito de aparecer aqui! Sinto lágrimas de alegria a cair-me pela cara e entendo como é bom ter ali a minha família, os meus amigos e toda a gente que encheu esta sala para presenciar este grande grande momento da minha vida.
Dirijo-me ao meu camarim pessoal desgasto da emoção e começo a tirar a roupa e a coloca-la de lado quando alguém bate à porta. Estou apenas de boxers, mas não é nada que o Gerard nunca tenha visto antes - por isso despacho-me a abrir para que ele me possa elogiar e abraçar. Abro a porta e viro costas para continuar o meu trabalho (e mostrar que achei que correu mal) e ouça a porta a fechar depois de alguém entrar.
-Estás cada vez mais bonito!
E não é o Gerard, mas eu conheço aquela voz e começo a lembrar-me de tudo e em particular daquela voz a gritar-me "Tu és para mim". Começo a tremer, viro-me e deparo-me com o João. Sim, esse João que supostamente o Rogério tinha morto estava agora ali: à minha frente com os mesmos olhos de predador a olhar para mim
-Sabes como eles dizem... "Long time, no see!"
Estou congelado pelo medo que as recordações me trazem e tal como há umas horas atrás "Estou perdido".

in Porto - Memórias Futuristas 2.0

sábado, outubro 09, 2010

Sabiam que...

o meu lindo e querido anónimo voltou? Se estiveres a ler isto, quero que saibas que te adoro por me fazeres comentários tão queridos... Volta sempre!

sexta-feira, outubro 08, 2010

D.I.A.S.

Ainda me fogem as palavras quando penso em ti; não, não gosto de ti da mesma forma que um dia gostei (nem nada que se pareça) mas tenho em mim a certeza que farás parte da minha vida para sempre. Não vale a pena lembrar todos os textos que te escrevi e todas as palavras que alguma vez trocamos, porque essas pessoas já não existem: hoje já não sou o mesmo miúdo que conheceste um dia e não há mais em ti a novidade que um dia me fascinou; no entanto espero que tenhas aprendido algo que a vida te tenha tentado ensinar - talvez um pouco tarde de mais e isso magoa-me: como pudeste tu ser tão egoísta? Hoje já não existe o nosso texto, já não podes contar a toda a gente que um dia tivemos uma vida, uma música e um texto - porque tal como te digo já não somos as mesmas pessoas - perdemos-nos nos trilhos um de outro e hoje quando me perguntam se te conheço sou (conscientemente) obrigado a afirmar que sim, quando ao reflectir percebo que não: não sei mais quem és, não sei o que és tu agora - sei apenas que farás parte de mim: ainda agora e para sempre.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Wassup !

Olá, o meu nome é Ricardo e tenho os dentes pretos derivado de já ter bebido uma considerável quantidade de vinho tinto !


(Só vi isto agora. O Rema, para além de ter estado no meu faces, esteve aqui !)

quarta-feira, outubro 06, 2010

Dia 20 - último

Ora, este dia tinha de trazer a minha música favorita deste ano até ao momento e isso é algo muito complicado de escolher, no entanto cheguei (acho que reasonably) a esta conclusão.

(Não a conheci este ano, mas foi lançada como single este ano - por isso conta na mesma, certo?)



Florence and the Machine (de novo) - Dog Days Are Over

Memórias Futuristas #2.01

Os nervos começavam a crescer dentro de mim. Era a estreia da peça e era um grande passo na minha vida: era agora que eu podia provar ao grande público que era bom nisto... Eu era Jesus Cristo; é uma adaptação diferente da bíblia (um quanto polémica) em que Judas e Jesus são namorados, Maria Madalena é prostituta e melhor amiga de JC e Judas enforca-se não por vergonha, mas porque perde o amor da sua vida. Juro que esta peça poderia ter sido escrita por mim!
O encenador chama-se Gerard: é inglês, um pouco mais baixo que eu, tem olhos azuis e um cabelo curto loiro. É muito bonito e sem ele eu nunca tinha conseguido isto.
O Verão já está a ficar meio apagado, mas foi um grande Verão; estive a trabalhar muito para isto, curti imenso e conheci montes de gente bonita. A Ana está finalmente a começar as aulas no curso que realmente quer, a Raquel tem um namorado que é um querido de um rapaz e o Diogo já passa nas rádios mais ouvidas em Portugal.
Faltam dez minutos para entrar em cena e o Gerard vem desejar-me sorte e acalmar-me: beija-me como só uma pessoa com trinta e quatro anos sabe e diz-me que eu sou a peça dele - que nada fazia sentido sem mim.
Eu e o Gerard "a meio" que namoramos, no início foi só pela sensação de dar uns beijos ao chefe e sentir-me com mais confiança, depois começamos a ir para a cama e agora já dizemos "gosto muito de ti" um ao outro. Tem sido bom para eu me mentalizar que o passado é isso mesmo...
É agora. Há uma luz no palco e eu tenho de a seguir para me localizar ao centro - de túnica branca, cabelo enorme e barba de meses - ali estou eu pronto para começar! Olho a primeira fila: Mãe, Pai, Irmão, Ana, Raquel e mais alguns grandes amigos... A luz dificulta, mas por detrás da Ana consigo ver o grandalhão do Rogério (pela primeira vez desde que tudo acabou) e o meu coração congela e as palavras que eu devia dizer não querem sair. Estou perdido...

in Porto - Memórias Futuristas



Ps: O meu blog há uns meses valentes não consegue fazer o up-load de fotos, alguém consegue me ajudar?

Memórias Futuristas #2.0

3

2

1

Está no ar .

sábado, outubro 02, 2010

Temporada de Inverno a prometer .

Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.

Amor-país.
Quero cantar-te. Como quem diz:

O nosso amor é sangue. É seiva. E sol. E Primavera.
Amor intenso. Amor imenso. Amor instante.
O nosso amor é uma arma. E uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.

O nosso amor é um pássaro voando. Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa.
Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.

Deixa-me soltar estas palavras amarradas
para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper. Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade. Amor-cidade.
Amor-combate. Amor-abril.
Este amor de liberdade.


Joaquim Pessoa, Amor Combate


O meu livro deve sair entre este e o próximo mês e Memórias Futuristas estreia terça-feira ! (Claro que é uma temporada de depressão total, mas acho que desta vez vou segurar melhor as pontas e talvez até compre mesmo um guarda-chuva.)