sábado, janeiro 26, 2008

Eu Escrevo Pecados, Não Tragédias

A professora de Geologia explicou-me que quando um material qualquer é submetido a uma força, ele resiste até atingir o seu limite elástico, quando entra no domínio plástico. Aqui neste domínio, o material entra em deformação e a partir de ai é permanente, está deformado para sempre até que parte. Quando o material quebra logo antes de chegar ao limite elástico é considerado um material de comportamento frágil e quando quebra depois de ter sido submetido ao domínio plástico é um material de comportamento dúctil.
Ainda não cheguei ao meu limite elástico, nem quero, é bem esclarecedor, "deformação permanente" não há volta a dar. Não quero voltar a falar contigo e se pudesse, nunca mais te punha a vista em cima, tu fazes-me mal e eu tenho que pôr tudo preto no branco, não posso deixar que continues a testar o meu limite elástico. Deixei de ser romântico no que escrevo, passei a ser revoltado e agressivo e nem isso mereces, porque não passas de uma pessoa egoísta completamente centrada em si mesma e isso defenitivamente me revolta.
Esperava que este fosse o meu último texto para ti, mas sei que não vai ser, sei que interiorizar para mim que acabaste na minha vida não me vai levar a lado nenhum, não te vai levar de mim... De tantas pessoas que se importam comigo, que realmente não gostam de me ver magoado eu tinha de te escolher a ti, tinha de escolher a única pessoa que não dá um miligrama de importância se estou a morrer ou se estou melhor que nunca, pois bem não estou, e ainda que a culpa não seja completamente tua, se estivesses do meu lado acho que estava melhor, acho que deixava de ser um negativista, como me chamaram e passava a ser feliz.
Eu não estou doente, não preciso de um médico e muito menos preciso que me digam o que comer, preciso que me deixem viver e preciso de ti a meu lado, duas simples coisas. Não tenhas medo, não continues a fugir do que queres, não te armes em arrogante e egoísta e agarra-me agora ou perde-me para sempre.
Sei qual será a tua escolha, por isso eu gostava de ser como os materiais de comportamento frágil, queria quebrar já antes de ficar deformado permanente, antes de passar ao domínio plástico, ao qual eu prefiro chamar, viver em tua função.

domingo, janeiro 06, 2008

Sombra do Dia

Não.
Não podes, não te deixo e nem quero. Não podes ir dormir porque não te deixo partir e nem te quero longe de mim. Que importa que digas que a escola não te satisfaz, que o estudo não te satisfaz e até que o mundo não te satisfaz se eu sei que és tu q não te satisfazes? Não, talvez importe e eu esteja errado, talvez a mentira importe, talvez fingir seja o importante para ti, pois nunca ouviste falar em sacrifio de certeza.
O meu mundo está perdido, eu próprio estou perdido não por ti mas em ti, sabes quando tudo desaba e te agarras apenas a uma coisa só? Pois, o meu erro foi agarrar-me a ti, foi pensar pensar que desde aquele dia te tinha agarrado, que me ias desejar como eu te desejo a ti e sei que lá no fundo, escondido e acorrentado, tu me desejas, tu queres que não te abandone. Mas eu hei-de abandonar-te, hei-de desistir de ti, porque estou cansado e farto, e nesse dia, no dia em que perceberes que me perdeste de vez vais chorar, sei que vais culpar-te e acima de tudo espero que te arrependas.
A chuva não vai parar de me contaminar, o frio não vai parar de me agarrar as mãos e nem as minhas lágrimas me vão deixar de consolar, mas continuo sem me importar, a chuva esconde o meu choro e o frio vai dissolvendo a minha culpa lentamente, tal como eu vou planeando a minha doce fuga. Sim, chamo-lhe doce e uso aqui o unico sim das minhas palavras, do meu vocábulario, pois estou a aprender contigo a negar, a dizer não ao mundo, a dizer não...
És monotorizado por mim, não consigo evitar de te vigiar e observar e talvez lhe chames perseguição, mas eu chamo-lhe amor, observo-te de longe claro, raramente reparas em mim, tal como nesta semana ainda nem uma palavra te dirigi, não perante ti, pois ensaio imensas vezes o que te diria se conseguisse, o que te faria se todas as minhas censuras se desvanecessem e assim eu vou monotorizando-te sempre que posso, por isso não te deixo ir dormir, simplesmente não mo peças.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Sentimentos d'Ontem (Parte II)

Passado:
Esta noite sonhei contigo e lembrei porque gosto tanto de ti. Estavas mesmo ali, ao meu alcance, a um palmo de distância e eu pude agarrar-te, pude envolver-te nos meus braços, tocar-te e sentir-te de cima a baixo. Parecia real parecia que estavas mesmo ali e não me lembro de me ter sentido tão feliz alguma vez. Quando acordei lembrei apenas a tua arrogância, lembrei apenas a tua maneira de ser, complexa e problemática, mas finalmente lembrei que não posso simplesmente negar-te como me fazes, não posso simplesmente evitar-te. E amanhã é um dia muito importante, o dia em que te vou ver, não queria voltar á escola para não te ver, mas este sonho mudou-me, quero voltar, quero ver-te, ainda que talvez nem te acene.

Sentimentos d'Ontem (Parte I)

Presente:
Hoje vi-te ao longe, passas-te com a mesma arrogância de sempre. Achei-te mais uma pessoa ridicula, patética como sempre, mas hoje tinhas algo de diferente. Não te olhei nos olhos, não me aproximei demasiado, não porque estava a fugir-te ou porque não tinha coragem para me deparar perante ti, não o fiz, pois não tenho paciência para ti, não tenho vontade para continuar a fingir. Não vou andar mais atrás de ti, não vou voltar a procurar-te, porque sei que é o melhor, não és nenhuma estrela e a distância é a mesma por isso se tiveres algo para me dizer, encontra-me.
Peço desculpa por não ser suficientemente bom para ti, mas não tenho culpa de teres medo de quem és, não tenho culpa de não ser o único a fugir de ti, de tu simplesmente também fugires de ti.
Hoje depois de tanto tempo em que o teu egoismo não me respondeu, vi-te e achei-te diferente, bastou olhar-te de sete passos de distância para perceber que estavas diferente. Não estavas feliz!


(You Were Crying)

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Não Choro Pela Dor

Apesar de tudo, gostei da transição.É um ano novo, e quer eu queira quer não, uma vida nova mesmo. Tal como idealizei não estavas lá, não te vi uma última vez no ano passado e também não te vi uma primeira vez este ano, simplesmente não te vi. Sinto-te cada vez mais longe, mas ao mesmo tempo sinto-te exageradamente perto. Quero deixar-te ir, quero mesmo, mas por alguma razão não consigo... Talvez seja a minha vez de esperar por nada, tal como obriguei durante toda a minha vida pessoas a fazê-lo. Esperar por nada, deve ser melhor pensar assim, talvez desta vez eu não confunda as coisas.


_


Apesar de tudo, gostei da transição. É um ano novo, e quer eu queira quer não, uma vida nova mesmo. Percebi que quando achamos que está tudo defenido, que está tudo demasiado concreto, vem algo e arrasa todas as nossas expectativas. Percebi que este ano vou compensar o que fiz de mal e bem no ano passado, que a vida é um ciclo e que as coisas não encerram como o ano. Conheci gente nova, pessoas que talvez tenham um papel importante neste novo ano, pessoas com que sentes a empatia de primeiro contacto e adorei isso, pois consegui-me divertir imenso nesta noite e faz hoje dez dias que não te vejo. Senti-me completo porque não precisei da tua extravagância para me divertir, para me sentir feliz numa noite. Talvez sejas uma das coisas más de 2007, talvez te tornes numa coisa boa de 2008, mas como já te disse não vou criar expectativas, vou-me agarrar ás pessoas novas, vou fugir de ti, vou tentar matar-te e exorcizar-te da minha vida...


_



Apesar de tudo, gostei da transição. É um ano novo, e quer eu queira quer não, uma vida nova mesmo. Percebi que não o faço por estar zangado, por me dar prazer, ou até mesmo por gostar de observar o que acontece. Percebi que o faço porque me sinto culpado. Não vou procurar ajuda porque sou orgulhoso demais, mas sei que com quem posso contar e acho que isso é o que está mais defenido no inicio deste novo ano. Percebi que eu sou o culpado de tudo!