sábado, fevereiro 09, 2008

11:33 (e o Mundo Acaba)

Há dias para tudo. Juro que nunca pensei fazer deste o dia em que fechei os olhos. Pretendo deixar de ser afectado pela tua arrogância que vagueia por aí, pretendo deixar de me preocupar que estejas mal, que estejas em decadência, pretendo que sejas para mim aquilo que sou para ti.
Continuas a ser a minha primeira preocupação, continuas a ser a pessoa que vejo quando fecho os olhos, continuas a ser o mundo para mim, apesar de eu não viver em tua função, e ainda bem. Não mereces nada do que passo por ti, pois foste intransigente ao ponto de não me responder, foste capaz de não me dizer nada quando te revelei que a partir de hoje não volto a falar contigo, que vou esperar que me digas algo, que vou esperar que a tua cobardia se esbata e sejas capaz de reflectir sobre a inóspitalidade das coisas absurdas que tens feito.
Hoje é o primeiro dia, espero que o primeiro de muitos, pois és a droga em mim e já há algum tempo que deixaste de ter qualquer tipo de milagre. Lembras? "Milagrosa Droga", considerava-te um milagre, considerava-te algo de divino em mim, mas deve ter sido tudo uma ilusão, pois não foste um milagre, és uma praga! "Nada O Resto Importa", lembras? Lembras-te de te considerar a coisa mais importante para mim? Lembras-te de eu te pedir que abaixasses as mãos e prometesses que tudo ía ficar bem? "Mãos Abaixo", lembras? Claro que não, nunca revelaste interesse, nunca te limitas-te de desistir de lutar contra o que queres e me disses-te que era comigo que querias ficar. Nunca revelei que tens uma data de textos dedicados a ti, destinados a ti. "Não Choro Pela Dor", choro por hoje ser um dia diferente, choro por hoje ser o dia em que vou fazer algo por mim, choro por hoje tudo mudar.
Não sejas hipócrita, não tentes mudar tudo desde hoje,não me ataques a fraqueza daqui para a frente, não me estendas as mãos, não me ofereças sorrisos, não apertes o meu braço contra o teu peito de forma a eu sentir o teu coração que acelera à medida que eu te exploro, à medida que passo o meu dedo pelos teus lábios e sinto a tua língua a dançar, não me digas que posso confiar em ti e não me digas que nada é ridículo. Pois isto é ridículo, escrever-te é ridículo, chorar é ridículo, amar-te é ridículo.
Há dias para tudo. Juro que nunca pensei fazer deste o dia em que desisti de ti.

À Frente De...

Estava ali sentado na areia, á parte do mundo, á parte de tudo, tentando manter o meu pensamento longe de ti, tentando manter-me longe de ti. Apoiei os cotovelos nos meus joelhos, com as pernas em posição de chinês e deitei a face na mãos. Nada parecia certo, o que sentia, o que fazia, o que dizia e até o que pensava, naquele momento eu sabia e tinha a certeza disso, era amor. O amor só traz felicidade, quando estou contigo é absolutamente fabuloso, mas não funciona assim quando estás ausente. Não me entristece e nem choro por ti, apenas sufoca, apenas enlouquece, juro que me custa respirar enquanto penso em ti, juro que me apetece arrancar o coração e pisa-lo, acabar de vez com toda a tua manipulação.
Apanhaste-me, fui traído pelo meu corpo no momento em que falamos, percebeste que não me apetecia sorrir, percebeste que me apeteceu fugir e acho que é por ter imenso por te dizer, imenso que anceio por te contar e levar-te a fugir comigo. Desta vez é diferente, desta vez não posso simplesmente dizer o que sinto, é mais complicado e lá no fundo acho que tu sabes o que sinto, acho que lá no fundo sabes o que se passa e sendo assim acho-te ainda mais distante dos outros, ainda mais centrado no teu pequeno mundo. Acho-te uma pessoa com alguns problemas, de facto até tenho certeza, e sei que eles vão aumentando, basta observar a tua reacção ao mundo de dia para dia, hoje simplesmente fechas os olhos ao mundo e continuas a andar e juro que isso magoou. Não estou magoado com o amor, mas com a mágoa que me crias, estou magoado contigo. Estás degradante, ficas cada vez mais sem vida segundo a segundo, não és tu. Se e a minha intenção não fosse arrancar-te de mim, juro que te ajudava, juro que me juntava a ti à procura daquilo que eras, da pessoa que costumavas ser e não esse ser morto em que te tornaste.
Levanto a cabeça, abro os olhos e devido á pressão que as minhas mãos exerceram sobre estes, estou cego. Com as mãos prcuro a garrafa e abro-a, encosto os meus lábios ao gargalo e começo a engolir. É água, ultimamente ando muito seco, a minha visão voltou e fico sem reacção, fico sem capacidade de viver quando me deparo contigo ali. Nem tenho a certeza se és mesmo tu, não tenho a certeza se é apenas uma projecção do meu consciente, a projecção daquilo que mais desejo, mas continuas a ser tu. Continuo a beber, como se nem te tivesse visto, apesar de te estar a olhar nos olhos e naquele momento decidi entalar-me e morrer. Estava mesmo feliz por estares ali, mas tinha medo do que aconteceria a seguir, tinha medo de enlouquecer de vez, apesar de na minha cabeça uma voz gritar que eu estava louco por te ver ali a estender as mãos em direcção a mim. Queria mesmo acreditar que daquela vez era a sério, mas és completamente impercéptivel, por isso naquele momento decidi entalar-me e morrer.