sábado, fevereiro 09, 2008

À Frente De...

Estava ali sentado na areia, á parte do mundo, á parte de tudo, tentando manter o meu pensamento longe de ti, tentando manter-me longe de ti. Apoiei os cotovelos nos meus joelhos, com as pernas em posição de chinês e deitei a face na mãos. Nada parecia certo, o que sentia, o que fazia, o que dizia e até o que pensava, naquele momento eu sabia e tinha a certeza disso, era amor. O amor só traz felicidade, quando estou contigo é absolutamente fabuloso, mas não funciona assim quando estás ausente. Não me entristece e nem choro por ti, apenas sufoca, apenas enlouquece, juro que me custa respirar enquanto penso em ti, juro que me apetece arrancar o coração e pisa-lo, acabar de vez com toda a tua manipulação.
Apanhaste-me, fui traído pelo meu corpo no momento em que falamos, percebeste que não me apetecia sorrir, percebeste que me apeteceu fugir e acho que é por ter imenso por te dizer, imenso que anceio por te contar e levar-te a fugir comigo. Desta vez é diferente, desta vez não posso simplesmente dizer o que sinto, é mais complicado e lá no fundo acho que tu sabes o que sinto, acho que lá no fundo sabes o que se passa e sendo assim acho-te ainda mais distante dos outros, ainda mais centrado no teu pequeno mundo. Acho-te uma pessoa com alguns problemas, de facto até tenho certeza, e sei que eles vão aumentando, basta observar a tua reacção ao mundo de dia para dia, hoje simplesmente fechas os olhos ao mundo e continuas a andar e juro que isso magoou. Não estou magoado com o amor, mas com a mágoa que me crias, estou magoado contigo. Estás degradante, ficas cada vez mais sem vida segundo a segundo, não és tu. Se e a minha intenção não fosse arrancar-te de mim, juro que te ajudava, juro que me juntava a ti à procura daquilo que eras, da pessoa que costumavas ser e não esse ser morto em que te tornaste.
Levanto a cabeça, abro os olhos e devido á pressão que as minhas mãos exerceram sobre estes, estou cego. Com as mãos prcuro a garrafa e abro-a, encosto os meus lábios ao gargalo e começo a engolir. É água, ultimamente ando muito seco, a minha visão voltou e fico sem reacção, fico sem capacidade de viver quando me deparo contigo ali. Nem tenho a certeza se és mesmo tu, não tenho a certeza se é apenas uma projecção do meu consciente, a projecção daquilo que mais desejo, mas continuas a ser tu. Continuo a beber, como se nem te tivesse visto, apesar de te estar a olhar nos olhos e naquele momento decidi entalar-me e morrer. Estava mesmo feliz por estares ali, mas tinha medo do que aconteceria a seguir, tinha medo de enlouquecer de vez, apesar de na minha cabeça uma voz gritar que eu estava louco por te ver ali a estender as mãos em direcção a mim. Queria mesmo acreditar que daquela vez era a sério, mas és completamente impercéptivel, por isso naquele momento decidi entalar-me e morrer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mt bem, sr. Ricardo =) bjnh