terça-feira, maio 11, 2010

Memórias Futuristas #15


Havia uma grande ansiedade dentro de mim para que a noite chegasse e era normal - estava a cerca de umas horas de realizar um sonho antigo meu (que até já estava empoeirado dentro de uma gaveta) e nada me podia manter calmo e quieto agora.

Para contrariar o que vocês estavam à espera: eu não menti ao rogério nem tentei esconder aquilo que ia fazer esta noite; foi dificil explicar-lhe porque tinha de ir sozinho, mas ele está realmente a tentar manter esta sua nova versão de mais tolerante em relação ao João e lá acabou por aceitar que eu fosse por mim próprio fazer isto.

Para além de uma grande ansiedade eu continuava com uma grande dúvida em mim: quem foi o meu querido amigo ou amiga que teve a magnífica ideia de ligar à editora? Quero que essa pessoa saiba que eu estou mesmo muito agradecido e que o venero muito, porque no fundo sem esta ajudinha eu nunca teria conseguido.

A Ana Luísa tentou ficar contente por mim, (mas nada a alegra muito nos últimos dias); já a Raquel anda radiante com a ideia e faz questão de contar a toda a gente que finalmente o meu livro vai sair para o mercado.

O João enviou-me uma mensagem com a morada da casa dele e eu guardei nos rascunhos para mais tarde usar. Jantamos em casa e hoje o Diogo sentou-se à mesa connosco, arranjou um concerto num bar do Bairro Alto e tem cada vez mais aderência por parte do pública ás músicas da banda dele - ao que parece toda a gente aqui por casa está Feliz excepto a Ana: temos de ver se fazemos alguma coisa para ver se a animamos.

No final do jantar apanhei um táxi e dei-lhe a morada para onde tinha de me levar e assim que chegamos entendi que aquele se tratava de um condomínio especial...

Toquei à campainha e logo apareceu o João para me atender - somo se estivesse mesmo à minha espera - subimos no elevador com uma conversa casual até chegarmos ao 3ºAC e deixei-o abrir a porta: era uma casa linda e decorada com o melhor gosto; dirigimo-nos à sala e ali sobre a mesa havia umas espetadas de morangos com chocolate e um garrafa de champanhe acompanhada de dois copos: eu não queria acreditar.

-Temos de festejar o novo best-seller nacional, não é?

Engoli em seco. Talvez ele não teivess entendido tão bem assim o telefonema de ontem.


in Lisboa - Memórias Futuristas



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