sábado, outubro 04, 2008

Never: Dejá Fuck


Sexo.
Em casa, na rua, na casa do vizinho, no café, no táxi, na praia, no monte, na empresa, no carro, na garagem, na banheira, em cima, em baixo: por todo lado. Apenas Sexo. E que feliz que sou. O sócio, o carteiro, o vizinho escultural, o velho milionário, o filho da Teresa, o tesoureiro, o barman do Bed, o DJ, o relações públicas: todos.
Sexo.
Não preciso de nada mais e sei que todas as minhas amigas gostavam de ser como eu pelo menos uma noite. Saborear o Sexo como só eu sei, sem afectos, nem chamadas, nem nomes, nem dejá vu ’s, apenas: Sexo. Entro e arraso, paro a pista de dança para mim e coitados dos ingénuos, depois de uma noite gabam-se aos amigos de terem comido um gaja boa sem perceberem que fui eu que os comi, eu que os escolhi, eu que fiz com que viessem ter comigo.
Sexo.
A Teresa diz-me que não me entende, que lhe assusta a minha capacidade de me assemelhar a um homem chapado, mas eu é que não entendo como é possível amarmos alguém para além de nós? Eu tenho amor por mim, e só partilho esse amor com outra maravilha como eu: o Sexo.
Sexo.
Eu tenho o desejo em mim, respiro prazer, preciso de sexo a toda a hora, todo o santo dia e isso não me acanha. O Sexo move o mundo, as relações; claro que eu sei que a Teresa só está com o idiota do marido porque ele é uma bomba na cama - também só serve para isso - para além de pagar as contas. Aquela mosquinha morta não tem nada a ver com o filho, o puto mais giro que já alguma vez vi. João Gonçalo: com 20 anos deu-me um dos melhores orgasmos de sempre; claro que a Teresa nunca descobriu (nem irá descobrir), não tem capacidade para imaginar isso. O puto ainda me bate á porta de vez em quando – nunca lhe resisto.
Sexo.
Faço questão de os fazer gritar o meu nome noite adentro – bem alto – “DÉBORA”, nunca o esquecem: Débora Montenegro; já eu nunca me recordo dos deles, são apenas mais uma vitória, uma noite bem passada, um troféu para juntar á colecção. Sinceramente acho que nunca descobrirei o amor na minha vida e isso fascina-me: já ninguém precisa dum homem a sujar a casa quando nós mulheres somos bastante independentes, com 40 anos sinto-me muito melhor sucedida que bastantes homens e ainda existe a possibilidade de sermos nós a ter de os sustentar.
Sexo.
Eu tenho o diabo no corpo e isso não acanha…
Por isso,
Sexo.
Bem Haja!

7 comentários:

Anónimo disse...

Adorei! É sem duvida um retrato da sociedade actual!
Tens uma grande agilidade vocabular e brincas com as palavras! Perfeito!
PArabens!

Tu sabes o q es! <3

adodo-te

Anónimo disse...

E a Rita Castro dá cara e corpo a Débora Montenegro, o meu novo ídolo xD

Meu orgulho, meu amor, meu eterno amante e amigo :D

Amo-te @

Vera Matias disse...

Demais, sabes como AMEI este texto.
Estou à espera do próximo Ricky :P
Gosto MUITO de ti, tu sabes *

Anónimo disse...

Isto é um alter-ego teu, que eu bem sei.
Lá no fundo, ou se calhar nem tão no fundo, és viciado em sexo ;D
Gostei, sabes que gosto de textos com este tipo de assunto e tens uma certa aptidão natural para os escreveres BEM :D

εdeline disse...

O Rosto da Rita marcou este texto. Não vou dizer que é o teu melhor texto, mas para não variar GOSTEI.

(Só fico indignada como a a Rita não te deu uns estalos por lhe dares uma imagem neste texto de uma Mulher com 40 anos.)

Contudo escreves bem e tu sabes, mas este não é de perto o meu texto favorito teu...

Gosto muito de ti Ricardo <3

Unknown disse...

Meu! Altamente!
Tens um jeitaço! E em tudo o que nos dão a pensar, tu atentas nos pormenores de uma forma tão directa, mesmo falando de uma forma monumentalmente subtil. Designas bem o teu estilo, ele muito original!

Vou acompanhar este blog! Adorei!

Anónimo disse...

que frieza, sinto falta do amor, da paixão, esse sim é tudo, AMOR.
e lá no fundo, entendes me e concordas, mas nao te esqueças

Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora


para ti meu AMOR, sempre @
amo te