segunda-feira, novembro 16, 2009

Metade ainda procura por ti, outra desistiu .



Eu bebia, bebia e nunca parava de beber para me mentalizar que o meu destino era viver comigo próprio o resto da vida, perceber que não há ninguém que me queira dar a mão no meio da multidão e nunca mais a largar. Bebi tanto que caí para o lado - inconsciente de que olhavas para mim. Vi-te a correr, com as tuas mãos grandes a agarrar-me deitado no teu colo e de correres comigo; não sei se me lembro de tudo, mas penso que deixei de respirar e que quase te mataste para me trazer de novo para a vida: davas o teu último fôlego a mim, com os teus lábios nos meus enquanto me enchias com o teu ar quente. Eu não queria voltar à vida, tu choravas desesperado e não largavas o meu corpo, tu precisavas de mim - eu era o único que servia para ti; quando voltei estava apenas no chão, com uma terrível dor de cabeça e percebi que tudo não tinha passado de um delírio febril, duma fantasia antiga que eu tenho. Limpei a boca do sabor a azedo e levantei-me para mais um dia, o Sol já ia alto e havia muito para contar sobre a festa de ontem à noite: mas não o que eu queria, nunca era o que eu queria...


Ps: Cristian, não é imaturidade - nunca foi - é incompreensão .

5 comentários:

Vera Matias disse...

Havemos de passar mais noites a contars.me fantasias como esta. E ha.de haver uma que eu possa realizar, desculpa eu não ser grande e nao ter uns braços fortes como precisavas agora. Ily.

Afonso Arribança disse...

Já tive dessas noites, fantasias, delírios provocados pelo álcool, e dolorosas ressacas que me trouxeram de volta à realidade (a sós).

Também não lhe chamo imaturidade, mas incompreensão.

nós disse...

As nossas vidas serão juntas pelo destino. Acredita que o meu folego por ti nao será o último, pelo menos por enquanto. gosto de ti o suficiente para te dizer que é contigo que quero ficar.

desculpa se te larguei por momentos, mas sempre te senti

R. Branco disse...

Não tenhas medo, não o mostres. E eu nunca fui a lado nenhum, fiquei à espera que me viesses buscar.
Vem: agarra-me e dá-me ar.
@

Anónimo disse...

O.C. *.*